Depois de uma década em cenários de filmes independentes de baixo orça- mento, Greta Gerwig praticamente foi de tudo um pouco: atriz, maquiadora,figurinista, assistente de produção, corroteirista ecodiretora. Ela se dedicou à sua própria aprendizagem e guardou todas as suas habilidades.
Para sua estreia na direção solo, Greta escreveu
algo simples e pessoal: Lady Bird: a hora de voar,
um filme de amadurecimento aparentemente feito
sob medida para jovens mulheres da geração do
milênio, que ela própria descreveu como uma con-
trapartida feminina muito necessária para filmes
como Os incompreendidos e Boyhood: da infância à
juventude. Garantir o orçamento de US$ 10 milhões
do projeto acabou sendo “bastante simples”, com
o produtor Scott Rudin assinando o contrato em
um dia após a leitura do roteiro. Greta começou a
trabalhar, mapeando a pré-produção com detalhes
obsessivos, e sua equipe reuniu cuidadosamente
todas as partes essenciais do cenário do filme na
Califórnia, EUA, por volta de 2002: celulares dobrá-
veis, jeans bootcut e moletons de velour.
Lady Bird recebeu cinco indicações ao Oscar,incluindo a de Melhor Diretor, o que a tornou apenasa quinta mulher a ser inserida nessa categoria nos 91anos de história do Oscar. A espera foi relativamentecurta para o próximo projeto de Greta: a adaptaçãoem 2019 do romance de Louisa May Alcott: Adoráveismulheres. Mais uma vez, ela foi meticulosa para refletirsua visão. Por semanas, ela treinou seu elenco nos diálogos e etiquetas da América do século XIX. E proibiutelefones celulares no set. Para garantir a autenticidadevisual, contratou caligrafistas profissionais para recriara letra de Alcott na tela. A gravidez de Greta, que elamanteve em segredo durante a fase de produção detrês meses, acelerou a corrida do projeto até o fim,levando-a a compactar processo de edição para setesemanas, em vez de as 10 semanas normais.
O primeiro grande lançamento de Greta foi bastante ignorado durante a temporada de premiações,talvez um sinal de que o romance de 1868 ainda tenhaalgo a dizer sobre mulheres e poder. Mas o públicoadorou. A bilheteria: mais de US$ 200 milhões.
A diretora Greta Gerwig, àdireita, com a atriz Saoirse Ronanno set de Adoráveis mulheres
Greta Gerwig
Por contarhistórias focadasem mulheres,com atenção aosdetalhes
Nova York,
Nova York, EUA