“Não há ainda um vencedor claro hoje, já quenenhuma das plataformas foi projetada com osdesfiles em mente”, disse Melissa Jackson Parsey,diretora de estratégia global da B-Reel, NovaYork, Nova York, EUA. A agência trabalhou emprojetos de vídeo para a Fenty, a H&M e a Nike. OInstagram, disse ela, pode oferecer um escritórioembutido e ferramentas de comércio facilmenteintegradas, “mas não é muito flexível quandose trata de criar experiências personalizadas”.Felizmente, as equipes têm opções.
Primeiro da fila
Em setembro, a Burberry deu início à LondonFashion Week com um desfile virtual naplataforma Twitch. Foi anunciado como a primeiracolaboração entre uma marca de luxo e um serviçode streaming de vídeo ao vivo, mas “espere queoutros logo apareçam”, disse Jackson Parsey.
A pandemia estimulou um nível surpreendente
de colaboração nos bastidores, entre os gerentes
de projetos de vários eventos de moda, disse Joana
Jorge, gerente de projetos, ModaLisboa, Lisboa,
Portugal, à Women’s Wear Daily.
Outra tendência emergente é uma “fusãode moda e tecnologia” que vai muito alémde simplesmente posicionar uma câmera devídeo voltada para a passarela, disse Melissa.“Atualmente, estamos prevendo desfiles demoda exclusivamente digitais, onde tudo, até asroupas e modelos, sejam digitais”, disse ela. “Podeparecer exagerado, mas não é, se considerarmosque as principais marcas de roupas esportivas jácompetem para colocar seus tênis digitais nosmelhores videogames”.
Nova realidade
Na Fashion Week de Helsinque, Finlândia,que acontece em julho e agosto, os estilistas sejuntaram a um especialista digital para demonstrarinovações que um dia podem se tornar a norma.Para um evento da estilista Damara Inglês, osparticipantes podiam usar um fone de ouvido derealidade virtual (RV) e voar em torno de uma“passarela” Em outro, o desfile movido a RV criouuma passarela inspirada na Cidade do Vaticano e aaninhou entre nuvens fofas. Os estilistas do eventode Helsinque também adotaram a transformaçãode roupas (e os modelos que as vestiram) emavatares 3D, redes cibernéticas, uma residênciade designer digital on-line e streaming de suaspróprias casas e estúdios.
Ainda assim, as métricas de resultadosprovavelmente determinarão se os eventos digitaisimersivos são a nova realidade de semanas damoda ou apenas um desvio pandêmico.
“A indústria da moda, por mais criativa que seja,é uma criatura de hábitos”, disse Robert Burke,consultor de varejo e moda cujos clientes incluemMarc Jacobs e Nordstrom, à Vogue Business. “Omundo da tecnologia é construído em torno detestes e disponibilização sem ainda estar perfeito, eessa é uma filosofia diferente dos desfiles de moda”.
“[Um desfile de moda puramente digital] pode parecer
exagerado, mas não é, se considerarmos que as principais
marcas de roupas esportivas já competem para colocar
seus tênis digitais nos melhores videogames”.
— Melissa Jackson Parsey, B-Reel, Nova York, Nova York, EUA
Misturadeestações“A Fashion Week podeparecer uma overdosede informações, eeu acredito em umfuturo sem estaçõese em marcas quecriam coleçõesatemporais, nãorestritas ao calendário”,disse Tana Latorre,estilista, Paloma Wool,Barcelona, Espanha, àHarper’s Bazaar.
Ela não é aúnica a reavaliar asazonalidade. Gucci,Michael Kors e SaintLaurent anunciaram adecisão de se afastardo formato de modatradicional e lançarcoleções em seupróprio ritmo.
Até a ideia de umasemana da modaestá sob pressão.
Em setembro, oTik Tok lançou o#TikTokFashionMonth.O projeto transmitiráao vivo dois desfilesde moda por semana,começando como peso-pesado damoda Louis Vuitton,e culminará comum desfile de modavirtual com a Pumae a Alice & Olivia. Ascoleções da Puma e daAlice & Olivia estarãodisponíveis paracompra exclusivamentepor meio do aplicativo.
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